quinta-feira, 25 de agosto de 2011

7 tecnologias que nasceram no Brasil

Quando o assunto é o Brasil, reclamamos da corrupção e da impunidade na política, dos problemas na educação e da sensação de insegurança. Quando se trata dos demais países, achamos que a imagem da nação que é passada a eles é resumida em futebol, samba e favelas.

No mundo da tecnologia, entretanto, isso não é bem assim. O Brasil é bastante respeitado na área e tornou-se com o tempo um grande berço de inovações que alcançaram todo o globo.
O Tecmundo juntou alguns desses notáveis pesquisadores em uma verdadeira seleção brasileira com o melhor da tecnologia tupiniquim.

Radiotransmissão: o padre pioneiro


Quando pensamos em avanços na ciência, logo imaginamos a modernidade, os aparelhos revolucionários e as descobertas recentes. Mas o Brasil já era um expoente na área há muito tempo, como no caso do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, que é um dos responsáveis pelo invento do rádio.

É isso mesmo: em 1900, o brasileiro fez a primeira transmissão de voz através de uma máquina sem a ajuda de fios, utilizando ondas eletromagnéticas e modulação do som. A técnica era tentada por cientistas de todo mundo, mas foi Landell o primeiro a ter êxito.

Infelizmente, o governo brasileiro não o ajudou na continuidade do projeto e apenas algumas de suas patentes foram reconhecidas aqui e nos Estados Unidos – ao contrário do italiano Marconi, considerado mundialmente como o inventor do rádio, que foi devidamente financiado e desenvolveu de vez a tecnologia.

Kinect: toque tupiniquim no Xbox 360

Na E3 de 2010, o mundo foi apresentado ao Project Natal (rebatizado de Kinect), uma revolucionária tecnologia para os video games. A proposta todo mundo já conhece: jogar no console da Microsoft sem a ajuda de controles, utilizando apenas comandos feitos pelos movimentos do corpo do jogador, que é rastreado por um sensor especial.

O que pouca gente conhece é que um brasileiro é a cabeça por trás do aparelho: o engenheiro curitibano Alex Kipman, que vivia há mais de dez anos nos Estados Unidos quando teve a ideia para o aparelho.


A ideia veio de uma forma curiosa: durante as férias em sua terra natal, ele se inspirou na vida sem tecnologia, botões e aparelhos em excesso – e utilizou esse pensamento para inovar na área e dar controle total ao corpo do jogador. O “Natal” do nome também não é coincidência: a cidade é uma das favoritas de Kipman.

Maglev Cobra: o trem sustentável

Há alguns anos, os trens maglev já existiam em outros países, até mesmo em escalas comerciais, como é o caso da China. Mas isso não impede o Brasil de ter sua participação: o Maglev Cobra, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é um promissor projeto na área de transporte público.

 

Movimentando-se através de levitação magnética, os trens maglev têm problemas de consumo para manter-se fora do chão. É aí que entra o dedo dos cientistas brasileiros: teoricamente, o projeto nacional não tem consumo algum, exceto um gasto em nitrogênio em estado líquido, um produto barato para universidades (cerca de R$ 0,80/litro). Até a implantação do sistema seria mais em conta do que um sistema de metrôs, por exemplo.

BINA: quem está me ligando?

Todas as vezes que seu telefone tocar e um pequeno aparelho informar qual é o número de quem está efetuando a ligação, agradeça ao eletrotécnico mineiro Nélio Nicolai, inventor do BINA, o popular identificador de chamadas.

Mundialmente utilizado, o aparelho é capaz de rastrear quem está efetuando a chamada através da identificação de sinais e modulações de frequência. Projetado e patenteado em 1977, mas lançado só cinco anos depois, o BINA significa que “B (o receptor) identifica o número de A (quem está ligando)”.

 

Ainda na década de 1980, Nicolai recebeu o reconhecimento internacional pela invenção. Em seguida, entrou em uma polêmica sobre direitos autorais com operadoras brasileiras, que vendiam seu aparelho sem a devida autorização.

O uso do etanol: um substituto real para a gasolina

Antes da década de 1970, quando o assunto era combustível para automóveis, ninguém imaginava que haveria uma alternativa real para a gasolina. Foi aí que aí que o engenheiro Urbano Ernesto Stumpf desenvolveu e patenteou uma série peças que constituíam o motor a álcool, abrindo as portas do etanol para o mundo.


Cinco anos depois, após a primeira grande crise do petróleo, o governo brasileiro entendeu a necessidade de apostar na invenção e lançou o Pró-Álcool, um programa nacional que incentivava o uso do combustível em veículos brasileiros.

O plano deu certo: atualmente, o país é o segundo maior produtor, o maior exportador e o primeiro a atingir o uso sustentável em etanol. O sucesso também é garantido pelos investimentos agrícolas na coleta da matéria-prima (no nosso caso, a cana-de-açúcar), mas a política sustentável brasileira também é reconhecida lá fora.

H2Life: a água potável que vem de você mesmo

Imagine-se perdido em alto-mar ou vítima de um desastre natural. Sem água potável para beber, a desidratação é inevitável. É aí que surge uma das salvações, que no futuro pode estar em seu kit salva-vidas: um canudo que filtra a urina e a deixa própria para consumo.

O curioso aparato é de invenção brasileira, do jornalista e empresário Ricardo Fittipaldi. O canudo realiza duas filtragens, que eliminam resíduos e substâncias da urina, além de uma purificação, que a deixa livre de bactérias e outros organismos que poderiam ser prejudiciais. Seu uso principal seria em situações de risco, como resgates, além de ser presença obrigatória em kits de sobrevivência.

 

Walkman: o som portátil é coisa nossa

 

O aparelho portátil da Sony, que revolucionou a indústria fonográfica ao dar liberdade às pessoas de ouvirem o que quiserem com um aparelho que pode ser carregado no bolso, tem suas origens em terras brasileiras. Nascido na Alemanha e criado no Brasil, Andreas Pavel desenvolveu em 1972 o primeiro reprodutor estéreo de áudio portátil (utilizando as finadas fitas cassete), sob o nome de stereobelt.

Ele até registrou as patentes em vários países, mas a Sony iniciou a produção de seu produto anos depois sem a devida autorização ou realização de pagamentos a Pavel. Foi apenas na década de 2000, após muita pressão sobre a empresa, que os royalties foram finalmente concedidos ao legítimo inventor do aparelho.

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Viu só como o Brasil tem muito do que se orgulhar em termos de tecnologia? E olha que tivemos que deixar muita coisa de fora! O que você acha que ficou faltando? Qual sua tecnologia tupiniquim favorita? Deixe seu comentário!

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